sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Antiética no esporte: compra de resultado

O ex-zagueiro italiano Simone Farina, que no início do ano se tornou embaixador do movimento Football for Hope a convite do presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, foi apontado como técnico comunitário do Aston Villa, conforme anunciado pelo próprio clube inglês. O trabalho de Farina incluirá o desenvolvimento do programa de base relacionado à integridade no esporte.
"Estou muito orgulhoso do Simone", elogiou o presidente da FIFA, citando Farina como um exemplo para os mais jovens. "Definitivamente, precisamos que o futebol seja limpo, transparente e honesto. É nisso que o Simone acredita, e é nisso que nós acreditamos."
Farina se celebrizou pelo notável gesto de fair play com que denunciou uma tentativa de suborno planejada por uma rede de apostadores que tentava influenciar o resultado de um jogo da Copa da Itália em 2011. "Para o mundo do futebol, é fundamental a união com jogadores que defendem o esporte contra a compra de resultados", destacou Blatter, comentando as novas funções do italiano na Inglaterra. "Eles são exemplos para a sociedade e especialmente para as crianças que amam o nosso esporte. Quero parabenizar o Aston Villa e o Simone, e desejo a eles o melhor durante esta colaboração."
O diretor executivo do Villa, Paul Faulkner, foi o responsável por dar as boas-vindas a Farina na chegada ao clube. "O Simone trará uma vasta experiência ao nosso programa de treinamento da comunidade", destacou o dirigente. "Ele já se integrou bem ao bom trabalho realizado pelos nossos outros treinadores e estamos muito felizes de tê-lo conosco, conduzindo um importante trabalho na área do desenvolvimento da base."
Farina seguirá atuando como embaixador da FIFA e da INTERPOL na luta contra a manipulação de resultados. Em maio de 2011, as duas organizações firmaram uma parceria para combater a corrupção, a compra de resultados e o crime organizado relacionados a apostas ilegais.
O italiano de 30 anos, que recebeu distinção especial do presidente da FIFA durante a última cerimônia de gala da Bola de Ouro da FIFA, em janeiro, teve a coragem de acionar a polícia após ser solicitado a influenciar o resultado de uma partida contra o Cesena quando atuava pelo Gubbio. Na oportunidade, o jogador rejeitou uma oferta de 200 mil euros. Graças à sua honestidade e integridade, as autoridades puderam quebrar um enorme esquema de apostas ilegais.
"A corrupção no esporte é um problema bastante complexo para o qual não existe uma solução rápida", apontou o secretário geral da INTERPOL, Ronald K. Noble. "Além dos grandes esforços para aplicar a lei, todas as pessoas ligadas ao futebol têm de dar grande ênfase à prevenção. A nomeação de Simone Farina como instrutor do programa comunitário do Aston Villa irá permitir que ele continue trabalhando por um futebol limpo", completou.
Farina também reconheceu a importância da nova função. "É importante continuar trabalhando com o futebol e poder passar o meu conhecimento adiante, pois este é um esporte que inspira", disse o ex-defensor. "Um ano atrás, eu não via a minha vida seguindo nesta direção, mas estou muito contente por poder contribuir desta maneira. Estou muito honrado pela confiança depositada em mim. Sei que fiz a coisa certa quando recusei me envolver na compra de resultados de uma partida, mas tudo o que fiz foi cumprir as regras. Nesse sentido, a minha mensagem para os mais jovens é simples: 'aprenda a respeitar as regras e se divirta'."Simone Farina, exemplo de ética na compra de resultado no esporte.

Antiética no esporte

falando de antiética no esporte uns dos casos mais recentes é do maior vencedor do tour de france, Lance Armstrong , foi pego esse ano no exame antidoping, revelando um esquema muito grande e várias pessoas no ato realizado.

Agência Anti-Doping dos EUA divulga dossiê contra Armstrong

Documentos comprovam que um dos maiores campeões do esporte mundial não só usava hormônios e esteróides proibidos, como também distribuía para colegas.

O ciclista Lance Armstrong participou do mais sofisticado e profissional esquema de doping da história do esporte. A conclusão é de um relatório divulgado, nesta quarta-feira (10), pela Agência Anti-Doping dos Estados Unidos.
O documento divulgado na página oficial da Agência na internet tem mais de mil páginas.
Transações financeiras, emails, testes de laboratório e dados científicos comprovam que Lance Armstrong não só usava, mas também distribuía para colegas hormônios e esteróides proibidos.
Há ainda o depoimento de 26 pessoas. Entre elas, 11 ciclistas da equipe de Armstrong.
Todos dão detalhes do funcionamento do esquema que, segundo a agência, pressionava os atletas a usar drogas perigosas e a mascarar a detecção dessas substâncias. Tudo para levar vantagem nas principais competições do esporte.
Armstrong sempre negou as acusações dizendo que ao longo da carreira passou por mais de 500 exames antidoping, sem nenhum resultado positivo.
A Agência Americana Anti-Doping já tinha banido o ciclista do esporte e anulado todos os títulos de Lance Armstrong, entre eles os prêmios ganhos em sete edições da volta da França. Na época, ele afirmou ser alvo de uma perseguição. Disse que o processo de investigação era tendencioso e injusto e por isso, abria mão de se defender.
O capítulo de hoje mancha definitivamente a carreira de um esportista, que era considerado um herói, não só pelos resultados, mas por ter vencido uma batalha contra o câncer.

Pierre de Coubertin, Pierre de Frédy (Paris, 1 de janeiro de 1863 — Genebra, 2 de setembro de 1937), mais conhecido pelo seu título nobiliárquico de Barão de Coubertin, foi um pedagogo e historiador francês, tendo ficado para a história como o fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna.

Ele é o responsável pela criação do espírito olímpico,e regras que visavam acima de tudo ética e respeito no esporte.
Jogos olímpicos da era moderna , pregava a igualdade e união entre os povos , não importando sua origem

ética no esporte 3. ÉTICA ESPORTIVA 3.1. DEFINIÇÃO "Segundo Ferreira (1986), ética significa o "estudo dos juízos deapreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do pontode vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, sejade modo absoluto." Dentro desta conceituação, quando Ferreira se refere adeterminada sociedade, podemos direcioná-la para o caso específico doesporte, possibilitando-nos uma abordagem sob o aspecto ético.Os sociólogos colocam a ética como um atributo indispensável àprática das atividades esportivas de forma limpa, honesta e bonita, chegandomesmo ao extremo de considerar que o esporte praticado sem os postuladosda ética mais se parece com as manifestações "esportivas" da Roma antiga. Naturalmente que não chegamos atanto, porém, dentro de uma ordem normal, a falta de ética na pratica esportiva representa um passo em direção aodelito, ou seja, a ocorrência da transgressão. Esta, à luz da sociologia traduz-se num misto de desvio, desobediênciacivil e crime, mas no meio esportivo primeiramente se constitui numa desobediência às regras, um desvio, paraposteriormente ser enquadrada como desobediência civil e até crime, dependendo da sua gravidade. (...) Tubino(1992) (...) [definindo a ética no esporte]: "Ciência da conduta moral das pessoas nas práticas desportivas".Referenciado neste princípio ético do associacionismo surgiram os clubes e as federações nacionais einternacionais, que viriam a consolidar a institucionalização esportiva (...). O humanista Pierre de Coubertin viria aenriquecer a ética esportiva.(...) A gentileza do atleta numa competição de esporte coletivo, como o futebol, o basquetebol, o handebol, aoestender a mão para auxiliar um adversário a se levantar (...), o cumprimento do vencedor ao vencido e vice-versa(...) situam-se como exemplos significativos da ética esportiva. Entretanto, a correção, a lealdade e a elegância doatleta (...) representam ações em que a ética está permanentemente presente no campo esportivo."(Adaptado de Análise de condutas éticas e anti-éticas na prática desportiva. José Maurício Capinussu, Revista daEducação Física número 128, 2004 - UFRJ). 3.2. CÓDIGO MUNDIAL ANTIDOPING: ÉTICA E FAIR PLAY NO ESPORTE OLÍMPICO3.2.1. Introdução A nova ordem internacional no combate e prevenção ao doping, com o advento do Código1 (World Anti-Doping Agency, 2003), é reflexo do recente salto evolutivo dado pelo homem no domínio de novas tecnologias e dacrescente tomada de consciência ética para o respeito aos Princípios Fundamentais da Carta Olímpica, ou seja, umposicionamento sobre a relação do doping com valores tais como o esforço próprio, o valor educativo do bomexemplo, o respeito aos princípios éticos fundamentais e o fair play.Este ensaio tem por objetivo abordar a ética e o fair play à luz do Código, da Agência Mundial Antidoping(AMA/WADA) do Comitê Olímpico Internacional (COI), e sua relação com a eqüidade e os princípios fundamentais daCarta Olímpica a partir da premissa de que é a "atitude ética, antes de tudo, um dever-ser no mundus sportivus, semnecessitar exacerbar distinções, diferenciações ou discriminações" (Puga, 2002). Sendo o doping fundamentalmentecontrário ao espírito esportivo, pois não leva em conta os interesses de todos os que forem por ele afetados, suaocorrência gera desigualdade. Destarte, o Código visa a proteção do direito fundamental dos atletas de participar deatividades esportivas isentas de doping e garantir a eqüidade e a igualdade de oportunidades no esporte e apreservação da saúde dos atletas.Com o escopo de consolidar o direito ao esporte sem doping e considerando-se que a razão de ser doesporte somente é respeitada quando todos os atores do esporte são responsavelmente solidários pelo fair play, oque pressupõe a consciência desta realidade, conclui-se que a formação de todos os atores do esporte devefundamentalmente compreender e projetar todos os aspectos educacionais que encontrem fulcro na tecnologia da'ética esportiva'.A iniciativa do ensaio se justifica porquanto a complexidade do tema aliada às novidades introduzidas peloCódigo podem efetivamente representar aos atores do mundo esportivo o risco de violaçãode regra antidoping por falta de informação. Por outro lado, visa-se através desta propostabuscar a redução da incidência de atitudes que retirem do Esporte sua credibilidade, comtodas as repercussões de ordem moral e econômica decorrentes. 3.2.2. Ética, Fair play e Educação Em que pese a necessidade da referência a conceitos relacionados à ética e à éticaesportiva, não constitui objetivo deste ensaio o aprofundamento da discussão sobre esta queé uma das mais vastas áreas do conhecimento. Destarte, abordar-se-á o tema com asdefinições a seguir descritas.De todas as abordagens da Ética, para Singer (1993, p. 19) o que elas têm emcomum é mais importante que suas divergências. Assim, "a ética se fundamenta num pontode vista universal, o que não significa que um juízo ético particular deva ser universalmenteaplicável", mas que, ao emitir-se juízos éticos, deve-se extrapolar eventuais preferências ouaversões para que se possa chegar ao juízo universalizável, "ao ponto de vista doespectador imparcial". E isto pressupõe a consideração eqüitativa de todos os interesses